19/12/2012

Yeah, é o fim do mundo!


O mundo, e duas pessoas.
Elas trocam olhares. Estão próximas.
Logo chegam os sorrisos, os carinhos, as carícias, calores,
abraços beijos abraços-beijos:
o encantamento.
Agora só existem duas pessoas - sem mundo -  fazendo amor.




Seja entre quatro paredes ou não, fazer amor faz com que todo o resto do mundo desapareça... caia no esquecimento, perca a importância ou necessidade. Se lá fora chega alguém, se falta luz, se a luz se acende, se está muito calor, se esfria de repente, se a cama quebra... nada disso realmente importa, nada disso realmente existe.
Nesse momento só há o amor.

Muito bem, segundo alguns indicadores (não tão suspeitos assim) o mundo tem data para acabar e ela já bate a nossa porta.
Independente da confirmação denotativa das previsões mais catastróficas e hollywoodianas, me parece mais instigante, fantástico e maravilhoso as reivindicações conotativas que possamos construir.
Pois aqui vai uma sugestão:
"Faça o fim do mundo: faça AMOR!"

Se o mundo acabar na sexta, ao menos terá término em meio a gozo e levitação. Gozo planetário, geral e retumbante! Vamos mostrar ao resto do universo que aqui se teve uma boa razão para a vida, e que a celebramos até o último momento. Caso o mundo não acabe ainda melhor! Talvez nosso gozo mundial nos tenha salvo - talvez não. Mas de qualquer maneira teremos começado ou recomeçado o mundo com os prazeres mais sublimes!

Por isso jovem maduro, por isso viva senhora, animem-se!, preparem-se! Perguntem-se o que fazer no dia do fim do mundo. E perguntem-se o que fazer no dia que o mundo não teve fim. Apliquem a arte do encontro e sigamos com nosso fim de mundo!


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The world, and two people.
They exchange looks. Are nearby.
Soon come the smiles, the cuddles, the caresses, hot flashes,
hugs kisses and hugs-kisses:
the enchantment.
Now there are only two people - no world - making love.




Whether or not between four walls, make love makes all the rest of the world disappears ... sink into oblivion, loses its importance or necessity.
If someone gets out there, if there's no light, if the light comes on, if it's too hot, if it's suddenly cold, if the bed breaks ...
none of this really matters, none of it really exists.
Right now there's only love.


Very well, according to some indicators (not so suspicious that) the world has a deadline and it knocks at our door.
Independent of denotative confirmation of the most catastrophic predictions, it seems more exciting, fantastic and wonderful the chance to connotative claims.
So, here's a suggestion:
"Make the end of the world: make LOVE!"


If the world ends on Friday, at least it will end in pleasure and levitation. Planetary pleasure, general and resounding! Let's show to the rest of the universe that here there was a good reason for life, and that we celebrated until the last moment. If the world does not end... even better! Perhaps our joy has saved the world - maybe not. But, anyway, we will start or restart the world with the most sublime pleasures!


So mature young man, so lively lady, cheer up!, get ready! Ask yourself what to do on the day of the end of the world. And ask yourself what to do on the day that the world has not ended. Apply the art of meeting,  and let's follow with our great end of the world!

10/11/2012

Poema de hoje




Hoje publico um poema escrito não sei qual diga, nem sei por quem. Porém ao que tudo indica - como todo poema será escrito hoje, e sempre no hoje, e por quem quer que o leia - esse poema é do dia de hoje: digamos dia 10 de novembro...

Foi encontrado, não sei bem por quem, nem sei bem a fonte da pesquisa (o achei escondido em um catálogo na biblioteca da universidade), um poema medievo de escrita estranha, curiosamente contemporânea. Possivelmente uma fenda anacrônica na linha de passos lentos da historiografia. Bem, esse blog não tem antecedentes, muito menos tradição, de publicar produções alheias. Porém, essa talvez seja honrosa afim de circular o nome desse senhor enigmático de assinatura "Cavaleiro da Grã Romã". Sendo assim, desde já peço desculpas por possíveis erros de transcrição (tradução?). É difícil captar a poesia de outro tempo sem as marcas desse tempo, sem as aguadas das manchas. Sem mais, a transcrição é qualquer coisa nesse sentido:



        "Queria ser poeta. Q[ueri]a saber escrever versos, ou, ainda melhor, um único verso, simples, uno, integral, que você pudesse sabê-lo de cor. E que sabendo-o, sempre que o recordasse te brotasse um sorriso. Queria ver que qualquer parte de mim é um sorriso no seu rosto. Por tudo isso queria ser poeta.
         Mas não. Agora sinto sinceramente que tudo isso é besteira, é vaidade. É quase vulgar. E digo porque ao escrever sinto o seu sorriso em mim, e ele é imenso. E saber que uma parte em mim é um imenso sorriso seu já é toda recompensa. Com ele vou adiante.
        Não sei fazer versos, mas sei fazer tudo melhor porque faço carregando seu sorriso imenso. E assim, sendo veículo de um sorriso ei de semear todo o mundo de motivos [para] te fazer sorridente.
        Já nem sei tudo o que semeei. E nem você saberá quais dos teus sorrisos fui eu quem plant[ou]. Adiante todos os seus sorrisos serão meus - e toda minha vida será tua.
        Talvez - agora vejo - eu seja um tipo de poeta que não sabe fazer versos.
        Po[i]s meu amor não é amante. Meu amor é cavaleiro andante."
Cavaleiro da Grã Romã.


07/11/2012

Sorte


Se se é capaz de sonhar o bastante, é possível ver o nascer do Sol na própria cama. Com os olhos fechados  enxerguei ele surgindo sem horizonte; senti seus raios se espalhando levemente. Ele vem suave, iluminando todo o quarto... aquecendo a pele... de dentro para fora. Mas isso só ocorre em se dormindo sobre campinas verdes.

Tive a experiência dias atrás. E nem parecia sonho: Sorte é poder sentir-se um sonho feliz do Grande Sonhador.




11/10/2012

Depois das 5:30... (6)




(aquarela. do tamanho da distância entre duas cidades. Tem data não.)

06/10/2012

Depois das 5:30h... (5)



(aquarela. tamanho de um salto no vazio. Hoje, desde muito cedo e depois das 5:30h.)

05/10/2012

Depois das 5:30h... (4)



(aquarela. tamanho menor que o de uma folha de caderno pequeno. Hoje, desde as 5:30h.)

03/10/2012

Depois das 5:30h... (3)



(aquarela. tamanho menor do que o de uma folha de caderno. Hoje, desde as 5:30h.)

01/10/2012

Depois das 5:30h... (2)



(aquarela. um tamanho menor do que um folha de caderno, de caderno pequeno. Hoje, desde as 5:30h.)




29/09/2012

Depois das 5:30h...


(aquarela. o tamanho de uma folha de caderno, de caderno pequeno. Hoje, desde as 5:30h.) 

04/08/2012


Crescendo... e escapando da moldura.

08/06/2012

Literatura




"Literatura", 29/07/2011 (tinta pva sobre tela), 80 x 30 cm.




Essa é uma tela com um percurso curioso.
Em março de 2011, comecei a pintar uma tela, com um traço estranho, mas com um desenho que me soava de uma sinceridade retumbante. Pouco a pouco, a estranheza do traço e a incerteza de meus pincéis iam retardando minhas ações por sobre a tela, até o momento em que nós raramente nos comunicávamos. 
Por fim, em maio, me joguei numa aventura louca, sem muito planejamento ou preparo, cruzei o Atlântico, saltei no Vale dos Espinhos, e de lá sonhei que poderia caminhar por mais de 800 quilômetros, carregando uma pesada mochila nas costas, atravessando a Espanha de um lado a outro até Santiago de Compostela.
Realizei o sonho.
Quando voltei - ora veja - a tela já não me estranhava, meus traços e pincéis já não relutavam, e a obra (outra obra) acabou por realizar-se comigo; ou em mim? Já nem sei.


Do que sei:
Hoje celebro 1 ano da minha chegada a Santiago de Compostela e também do começo do verdadeiro caminhar. Para onde? Chegar? Disso nada me interessa, me importa é estar indo.
E de uma coisa mais do que qualquer outra eu me lembro quando penso nessa tela, é de um pequeno verso que meu amigo e mestre Marcus Motta me escreveu durante o Caminho. Se melhor não pude fazer em tela (ou em foto da tela), ao menos lhe oferto a poesia de meu mestre:

"Viaje e sinta nos pés a verdade de uma folha de papel.
Nossa crença em Deus tem as cores, sabores e linhas de um cansaço de pernas."
(15/05/2011)*


*Marcus, enquanto eu viver esse verso será andante. Obrigado de coração.


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"Literature" (in english)

This is a canvas with a curious route.
In March 2011, I began to paint one canvas, with strange trace, but also with a design that sounded highly sincere. Little by little, the strangeness of the traces, and the uncertainty of my brushes were slowing my actions over the canvas, until the moment that rarely we communicated.
So, in May, I jumped to a crazy adventure, without much planning or preparation, I crossed the Atlantic, I fell in the Valley of Thorns, and from there I dreamed I could walk for more than 800 kilometers, carrying a heavy backpack, crossing the Spain from side to side until Santigo de Compostela.
Realized that dream.
When I came back - look at this - the canvas no longer puzzled me, my brushes and traces wasn't reluctant anymore, and the picture (other picture) finished to be realized with me; or on me? I don't even know.


What I know:
Today I celebrate one year of my arrival in Santiago de Compostela and also the beginning of the real walk. To where? Arrive? These stuff don't interests me, what I care about is to be going.


And one thing more than any other I remember when I think about this canvas, is a little verse that my friend and master Marcus Motta wrote me during the Way. If I couldn't do better on the picture (or the photo of the canvas), at least I offer the poetry of my master:

"Travel and feel on the feet the truth of a sheet of paper.
Our belief on God has the colours, flavors and lines of a tired of legs."
(15/05/2011)*


*Marcus, while I live this verse will be walking. Thank you very much.

14/03/2012

Eeee balanço...

(aquarela, 15 x 10 cm)

07/03/2012

Postagem tríptica




(aquarelas, tamanho aprox. de 15 x 10 cm.)


15/02/2012

Uma Eternidade e Um Dia (4)




Feliz aniversário, irmãozão!!!
(E obrigado por todas as coisas que você tem me possibilitado enxergar)

04/02/2012

Uma Eternidade e Um Dia (3)

"- Quanto leva para o amanhã chegar?
- Uma eternidade, e um dia." *



(aquarela sobre papel reciclado, 15 x 10 cm.)



* Trecho do Filme "Uma Eternidade e Um Dia", do diretor Theo Angelopoulos, que morreu na semana passada vítima de um atropelamento.

30/01/2012

Uma Eternidade e Um Dia (2)

REFLEXOS
(aquarela s/ papel reclicado; 15x10 cm.)




mais informações sobre os voluntários em Beira, Moçambique:

16/01/2012

Uma Eternidade e Um Dia




Hoje. Hoje, meu irmão desembarcou em Beira, Moçambique. Hoje, ele me escreveu me contando pequenas coisas, e sobre lindos sorrisos em crianças. Hoje, ele começou um trabalho voluntário que realizará pelos próximos 20 dias em um dos lugares mais pobres e esquecidos do planeta. Hoje eu não quero fazer apelos nem textos bonitinhos que comovam que quer que seja, não. Hoje eu apenas quero desejar a mais integral felicidade para o meu irmão, e para todos os outros jovens estudantes que partiram daqui com ele. Hoje, em paralelo, eu vou apenas acompanhá-lo: desenhando... por uma eternidade e um dia.




Pelos próximos 20 dias publicarei desenhos inspirados no filme "Uma eternidade e um dia", do diretor grego Theos Angelopoulos, relacionando-os com a bem-aventurança dos nossos irmãos, amigos, pais, filhos!