10/11/2012

Poema de hoje




Hoje publico um poema escrito não sei qual diga, nem sei por quem. Porém ao que tudo indica - como todo poema será escrito hoje, e sempre no hoje, e por quem quer que o leia - esse poema é do dia de hoje: digamos dia 10 de novembro...

Foi encontrado, não sei bem por quem, nem sei bem a fonte da pesquisa (o achei escondido em um catálogo na biblioteca da universidade), um poema medievo de escrita estranha, curiosamente contemporânea. Possivelmente uma fenda anacrônica na linha de passos lentos da historiografia. Bem, esse blog não tem antecedentes, muito menos tradição, de publicar produções alheias. Porém, essa talvez seja honrosa afim de circular o nome desse senhor enigmático de assinatura "Cavaleiro da Grã Romã". Sendo assim, desde já peço desculpas por possíveis erros de transcrição (tradução?). É difícil captar a poesia de outro tempo sem as marcas desse tempo, sem as aguadas das manchas. Sem mais, a transcrição é qualquer coisa nesse sentido:



        "Queria ser poeta. Q[ueri]a saber escrever versos, ou, ainda melhor, um único verso, simples, uno, integral, que você pudesse sabê-lo de cor. E que sabendo-o, sempre que o recordasse te brotasse um sorriso. Queria ver que qualquer parte de mim é um sorriso no seu rosto. Por tudo isso queria ser poeta.
         Mas não. Agora sinto sinceramente que tudo isso é besteira, é vaidade. É quase vulgar. E digo porque ao escrever sinto o seu sorriso em mim, e ele é imenso. E saber que uma parte em mim é um imenso sorriso seu já é toda recompensa. Com ele vou adiante.
        Não sei fazer versos, mas sei fazer tudo melhor porque faço carregando seu sorriso imenso. E assim, sendo veículo de um sorriso ei de semear todo o mundo de motivos [para] te fazer sorridente.
        Já nem sei tudo o que semeei. E nem você saberá quais dos teus sorrisos fui eu quem plant[ou]. Adiante todos os seus sorrisos serão meus - e toda minha vida será tua.
        Talvez - agora vejo - eu seja um tipo de poeta que não sabe fazer versos.
        Po[i]s meu amor não é amante. Meu amor é cavaleiro andante."
Cavaleiro da Grã Romã.


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