
Conta-se, nos anais da história da arte, que no século 5° antes de Cristo houve uma aposta célebre entre os dois maiores artistas de então. Tal a aposta: qual dos dois era capaz de realizar a obra mais aparentemente verdadeira ou a mais realmente mentirosa. Assim, narra Plínio, o Velho:
"Para a disputa, Zeuxis¹ pintou um cacho de uvas. Quando mostrou o quadro, dois passarinhos imediatamente tentaram bicar as frutas. Zeuxis então pediu que Parraso desembrulhasse o seu quadro. Este revelou que era a própria pintura que simulava a embalagem do quadro. Zeuxis imediatamente reconheceu a superioridade de Parraso, pois, se tinha enganado os olhos dos passarinhos, o outro tinha enganado os olhos de um artista."
De minha parte, penso que presentear as pessoas é uma tarefa hercúlea - a maior das provas do quanto desconhecemos pessoas tão próximas. Talvez a solução esteja no embrulho. Ou talvez a solução seja a Arte, que faz tudo sem ter feito nada.
¹Parece que Zeuxis foi o primeiro dos artista a renderem uma biografia realmente interessante. Entre outros causos, diz-se que ele morreu de tanto rir - literalmente.
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